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terça-feira, 22 de março de 2011

Sirio Possenti em entrevista

"Ocidente" Fernando Pessoa - Mensagem

Com duas mãos - o Acto e o Destino -
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o facho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.

Fosse a hora que haver ou a que havia
A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi alma a Ciência e corpo a Ousadia
Da mão que desvendou.

Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal
A mão que ergueu o facho que luziu,
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.


* BREVE ANÁLISE
Constituído de três estrofes com quatro versos cada uma,  o poema “Ocidente” refere-se as navegações para o ocidente e em particular a descoberta do Brasil. Não foi citado esse nome diretamente, porém percebe-se isto pela última estrofe do poema, onde temos:

 Fosse acaso, ou Vontade, ou Temporal
            A mão que ergueu o facho que luziu,

            Existe toda uma controvérsia quanto à intencionalidade ou causalidade da chegada dos portugueses ao Brasil. Tudo indica que os portugueses já sabiam da existência dessas terras, antes mesmo de Cabral . Vasco da Gama, após a sua gloriosa ida às Índias em 1499, comprovou na prática que, assim como na Índia, novas terras poderiam ser alcançadas pelo mar. Cristóvão Colombo, ao descobrir a América, sugeriu em seus manuscritos, a existência de outras terras ao sul. Por esse motivo entendemos que, nos primeiros versos da última estrofe, Fernando Pessoa se refere as duvidosas explicações que a história dá ao descobrimento do Brasil.
            Voltando a primeira estrofe:
Com duas mãos – o Acto e o Destino –
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o facho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.

            O acto foi a coragem de descobrir e o destino a força que o permitiu. Esta “ mão que ao Ocidente o véu rasgou”, foi a mão predestinada, que teve coragem e força, duas características de certo modo interdependentes.
Nos ultimos versos do poema, temos:
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.
           
            Fernando Pessoa deixa bem claro que, nessas descobertas marítimas, Deus foi a alma e Portugal o corpo, explicando isso é possível entender o que falamos de mão predestinada. Não é a importância de possuir o mar, mas sim a preciosidade de ter principiado a busca, sem se preocupar com o medo.

domingo, 13 de março de 2011

Ensaio sobre a noção de palavra

Temos, certamente sem nenhum estudo aprofundado, a noção de que palavra é a representação de uma idéia através da escrita ou da falada. Neste ensaio, tentaremos mostrar essa noção de uma maneira mais aprofundada com base na leitura e discussão do assunto. Para algumas divisões da lingüística (fonologia, morfologia e sintaxe) existe uma maneira específica de se considerar a palavra.
Os fatos do sistema fonológico são levados em conta para se criar a noção de palavra a partir de uma análise fonológica. O que diz respeito ao fonema são fatos fonológicos, como por exemplo: traços distintivos, oposição, prosódia, etc. Então, como exemplo de um desses fatos citamos as palavras tola e toda onde temos [ l ] e [ d ] que possuem apenas o modo de articulação como traço distintivo. Encontramos assim duas unidades formadas por fonema e sílaba. Nas palavras fonológicas destacam também os traços supra-segmentais, ou seja, aquilo que esta além da segmentação, como por exemplo a acentuação que modifica a entonação.
Já de acordo com a morfologia, analisamos a estruturação interna das palavras. Neste caso, ela possue diferentes significados e pode ser explicada como lexema ( o que se apreende do mundo extralingüístico, unidade abstrata, conteúdo em si), como palavra morfossintática (o que diz respeito a forma da palavra, tempo/modo/numero/pessoa etc. ) e como forma de palavra ( seqüência sonora, o que aplicamos no enunciado) . No estudo morfológico, são vistas as diferentes formas de uma mesma palavra que sofre modificações, levando em consideração: afixos, morfemas, raiz, etc. Como exemplo de uma análise morfológica podemos citar a palavra entender que é um lexema , tem como radical –entend e após flexiona-la temos entendido.
Dentro da sintaxe a frase é constituída de palavras que são organizadas hierarquicamente. Elas combinam para formar as sentenças. Na frase “A Paula beijou o garoto” se o verbo não fosse flexionado, ficaria “ A Paula beijar o garoto”. Não criamos palavras, apenas as organizamos para surgir as frases. Por esse motivo citamos a morfossintaxe na analise morfológica, pois a morfologia das palavras é guiada pela sintaxe.


Alomorfia

Morfema é uma classe de morfes, estes são seqüências fônicas. O conjunto de morfes que representam o mesmo morfema são seus alomorfes, nenhum pode acontecer no mesmo contexto que o outro, portanto, estão em distribuição complementar. Quando há alomorfia a função e significado do fonema permanece o mesmo, a mudança ocorre apenas na forma do morfema.
Nas palavras inconstante, infeliz, o prefixo –in tem a mesma função do prefixo –i nos casos, imoral, ilegal. Tem o mesmo significado, de negação.  Assim, podemos dizer que ocorreu o fenômeno de alomorfia, como já citado, a função e significado permaneceram os mesmos, apenas mudaram as formas.
Este processo acontece também ao domínio da fonologia, porém, envolve os sons da fala. Quando um mesmo fonema aparece com um ou dois sons diferentes (alofone), ocorre a alofonia.
Como já explicado, as diferentes formas que um mesmo morfema pode adquirir ao sofrer alomorfia são os alomorfes. Podemos assim concluir que este processo ocorre graças o dinamismo da língua que esta sempre em mudança.

Morfema

Morfema integra a palavra e é uma unidade mínima dotada de significado. Para reconhecer um morfema temos que levar em consideração o seu significado. Se analisarmos as palavras gato, gatos e gatinho, podemos, facilmente depreender que o elemento comum é -gat e como elementos distintivos temos –o, -os, -inho. As unidades –o, -os, -inho indicam respectivamente singular, plural e diminutivo, todos do gênero masculino. Podemos dizer que  neste caso, ao que diz respeito à ordem, temos morfema lexical e gramatical.
Morfema lexical representa uma significação referente as noções gerais do léxico (ações, designação de seres, conceitos), ou seja, representa a significação externa das palavras. Nos exemplos estudar, estudioso, estudante encontramos facilmente o morfema lexical –estud.
Morfema gramatical representa a significação interna das palavras. Este tipo de morfema é portador de um conteúdo gramatical (gênero, número, afixos, etc.). São as flexões e por esse motivo pode também ser chamado de morfema flexional. Nas palavras casa, casinha, casarão, temos –a, -inha e –arão identificados como morfemas gramaticais.
Voltando ao exemplo do início do texto, gato, gatos, gatinho , o morfema lexical –gat permanece o mesmo e os morfemas gramaticais variam de acordo com a significação específica que atribuem à palavra.
As palavras são estruturalizadas pelos morfemas derivacionais e flexionais. No derivacional novos lexemas são criados a partir de uma base que também é lexical. Flexional é aquele que conserva a palavra numa determinada classe de palavras, é flexionada de acordo com o contexto.
Quanto ao aspecto formal das palavras existem os vários tipos de morfemas: aditivo, reduplicativo, alternativo, zero, subtrativo.
Morfema aditivos ocorre por acréscimo de afixação, que são formas presas por excelência, à raiz. Os afixos são classificados de acordo com sua posição na raiz, são eles: prefixo (vem antes dela. Exemplo: desleal) ; sufixo (depois dela. Exemplo: perdição); infixo (intercalação no interior da base. Exemplo: glorificar); circunfixo (posiciona-se antes e depois da raiz simultaneamente. Exemplo: esclarecimento) ; suprafixo; transfixo.
Morfema reduplicativo nada mais é que a repetição de uma parte o de toda a raiz, no apinajé tak  ‘bater’ = tatak ‘batucar com os dedos’. Morfema alternativo ocorre na mudança da estrutura fônica da raiz, como no inglês read ‘ler’ = read  passado simples de ler, onde somente a pronuncia é alterada para dar outro significado.
O morfema zero é a ausência de uma marca de oposição gramatical, na palavra leitora quando tem a falta do morfema gramatical –a outro significado surge leitor. O morfema subtrativo consiste na mudança do radical para marcar outro traço gramatical, no francês ‘baixo’ tem como masculino bas e feminino basse .

Decamerão (oitava jornada) - Giovanni Boccaccio


           Giovanni Boccaccio (1313-1375) nasce em Paris ou Florença, filho de Boccaccio da Chellino. Este é um período em que os textos eram todos em latim. No ano de 1348 Boccaccio começa a escrever " Decamerão" e publica o livro no ano de 1353. Este livro é dedicado a todas as mulheres que amam.



Vídeo feito para a apresentação de um trabalho sobre Giovanni Boccaccio da obra Decamerão (oitava jornada-novela Fiammetta).
Voz: Bruna Eugênia
        Fábio
        Henrique Catito
        Karine Mesquita
        Pedro Henrique
Edição de vídeo: Bruna Eugênia





PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: resenha do texto "As causas do comportamento"


O texto “ As Causas do Comportamento” (SKINNER, B.F. Sobre o Behaviorismo. Trad. M.P. Villalobos. São Paulo: Cultirx,2006.), explica por que as pessoas se comportam de determinada maneira, ou seja, como o próprio título já diz, explica as causas do comportamento visto de alguns pontos como o estruturalismo, o behaviorismo metodológico e o behaviorismo radical.
                A explicação de como nos comportamos e como induzimos esse comportamento é um problema, pois tal problema pode ser sempre reduzido a uma questão acerca de causas. Muitas coisas que observamos pouco antes de agir ocorrem em nossos próprios corpos e é fácil tomá-las como causas do nosso comportamento. Os sentimentos ocorrem no momento exato para funcionaram como causas. Esses sentimentos estão na mente e é possível acreditar que o comportamento expresse sentimentos.
                No caso do estruturalismo, não é possível explicar as causas do comportamento, mas sim esclarecer como as pessoas agem. Por exemplo, um tipo de previsão é possível com base no princípio de que as pessoas provavelmente farão outra vez aquilo que fazem com frequência. O estruturalismo não nos diz por que os costumes são obedecidos. Abandona a procura de causas e simplesmente descreve o que as pessoas fazem.
                O behaviorismo se refere ao estudo do comportamento. A observação tornou-se um termo fundamental para essa tendência. O comportamento não era visto mais como uma função biológica, e sim como uma interação entre as ações do individuo e o ambiente.
                O behaviorismo metodológico criticava a natureza da introspecção. Nesse caso o comportamento deve ser observado por mais de uma pessoa e que a verdade a seu respeito é fruto de pesquisas cujos resultados são consensuais entre os pesquisadores. O behaviorismo metodológico exclui acontecimento privados ( as emoções, a consciência, etc.) de uma análise científica, porque não era possível um acordo público acerca de sua validade.
                O behaviorismo radical questiona a natureza daquilo que é sentido, restaura a introspecção. Restaura um certo tipo de equilibrio, não insiste na verdade por consenso. O behaviorismo radical não exclui acontecimento inobserváveis ( as emoções, a consciência, etc.)  simplesmente questiona a natureza do objeto observado.
                O behaviorista metodológico não nega a existência da mente, mas nega-lhe status científico ao afirmar que não podemos estudá-la pela sua inacessibilidade. O behaviorista radical aceita estudar os eventos internos e assim a possiblidade da existência da mente e assemelhados. Para o behaviorista metodológico a existência do mundo e do comportamento, a natureza do conhecimento que tenho deles é a experiência partilhada. Para o behaviorista radical, a evidência de que vejo vocês é meu comportamento, a evidência de que vocês existem também é meu comportamento.